Recordo de já ter abordado
diversos assuntos a respeito da nossa fase de solteiros (páginas até de um
futuro livro que eu pretendo publicar, se assim o Senhor me permitir), da graciosidade
que há em esperar ,“se preparando”, aquele (a) a quem auxiliaremos no decorrer
dos dias aqui na terra, da preciosidade que é ser uma mulher virtuosa, do amor
em sua forma mais sublime, da confiança. Contudo, nessa oportunidade,
venho me posicionar, claro, baseado nos Escritos Sagrados, a respeito de algo
que poucos ousam exortar. Frisei vários pontos do artigo da escritora Ligian
Oliveira.
Sim, mas digo com convicção,
poucos ousam exortar. Infelizmente!
NAMORO.
Não estou querendo dizer que sou
contra o namoro, de forma alguma, acredito que é uma fase importante para
conhecermos aquele a quem o Senhor nos agraciou a amarmos e cuidarmos. Falo do
namoro praticado nos dias atuais, que, não só não é bíblico, como pode resultar
em vários futuros problemas, como por exemplo, egoísmo, quebra do quinto
mandamento, e até idolatria.
Infelizmente, os namoros cristão
não tem diferido muito dos namoros de não cristãos. Relacionamentos
frequentemente começam e terminam sem que essas decisões passem pelo filtro da
vida cristã que deve ser vivida com o propósito único de exaltar a glória do
Deus que quer que vivamos segundos seus preceitos. Não existem
questionamentos um do outro a respeito
da vida de intimidade com Deus, a cerca de sua família, amigos, igreja,
trabalho (se é que ele trabalha, já que os namoros tem começado antes mesmo de
uns jovens conseguirem um emprego).
A inconsequência tem sido uma
marca dos inícios, que acontecem baseados em critérios superficiais e que não
dizem nada a respeito de como o “futuro conjuge” é como servo do Deus que requer
de nós santidade, pureza, sinceridade, amor ao próximo, fidelidade, verdade,
amor pela sua Palavra e outra série de características que devem distinguir-nos
do mundo.
Os filmes e livros dos dias
atuais têm feito um desserviço para o mundo atual. Desde os contos de fadas que
ouvimos e lemos quando éramos crianças , quando a gata borralheira encontra o
príncipe – que ela nunca tinha visto anteriormente, muito rico, lindo de doer,
filhinho de papai e que só aparece na história nos momentos finais –, que irá olhá-la
e, tchan ran!, apaixonar-se perdidamente e pedi-la em casamento, no
qual os dois serão felizes para sempre! Isso sem mencionar a tendência moderna
de legitimar relacionamentos absurdamente problemáticos como sendo padrão de
amor, já que tudo é justificado por este: violência, possessividade, egoísmo,
falta de respeito, dureza no falar, desrespeito aos pais, controle, contato
íntimo, etc.
Chegamos àquele momento em que
você pode pensar que no seu namoro não existe nada disso.
Vejamos:
- Você e seu namorado se respeitam, não há nenhum
tipo de violência física ou verbal (a não ser aqueles “pequenos
desentendimentos” em que gritaram um com o outro por causa do “calor
do momento”);
- Não existe possessividade (você apenas “prefere” fazer
absolutamente tudo o que o ele quer e da maneira que ele quer para evitar
estresse desnecessário e, lógico, quer que ele faça o que você quer,
afinal, deve ser recíproco);
- Nunca teve problema com desrespeito aos seus pais
por causa dele (sua mãe não tinha nenhum pouco de razão em todas
aquelas vezes em que discutiram por causa do seu namoro ou algo
relacionado a ele);
- Quanto ao controle, não vê nada de mal nisso, já
que estão juntos e devem saber e dizer tudo um para o
outro, inclusive onde, com quem e por que foi em algum lugar e, além
disso, por qual razão você não atendeu o celular noexato momento
em que ele ligou e o que estava fazendo de tão importante (sim, porque o
namorado deve ser a pessoa mais importante) que não pode atendê-lo;
- Por fim, no seu namoro não existe contato íntimo.
Você não faz nada demais, apenas abraça e beija seu namorado (de língua,
inclusive), como todos os outros fazem (inclusive, a respiração e o ritmo
cardíaco alterados nada têm a ver com os seus hormônios – que pedem mais
-, são simplesmente sinal do amor que existe entre os dois), porque sua
santidade não permitirá que você peque (sim, porque, enquanto você beija,
pensa em como Deus não quer que você ultrapasse os limites).
Releiam o parágrafo anterior.
Algum alarme soou? Se sim, esse é um momento excelente para reavaliar seu ponto
de vista sobre o assunto. Se não, peço que leia o artigo até o final mesmo
assim.
Os cristãos estão caindo numa
armadilha terrível: a de achar que sempre terão controle; Achar que conseguirão
dizer não quando as coisas se tornarem mais intensas; Achar
que são diferentes de todos os cristãos que ouvimos falar e até conhecemos que
acabaram tendo que administrar uma gravidez indesejada(que tristeza
dizer essas duas palavras na mesma frase!); Achar que sua espiritualidade é suficiente
para converter o coração de um namorado incrédulo; Achar que
sua santidade é suficiente para reprimir os desejos sexuais também do outro;
Achar que um relacionamento pode se desenvolver de maneira saudável com falta
de respeito mútuo, isolamento, controle e afastamento da família.
Quanta ilusão!
O apóstolo Paulo disse o seguinte
em Romanos 7.18-25:
“Porque eu sei que em mim,
isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer fazer o bem está
em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal
que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o
faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a
lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho
prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando
contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está em
meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará o corpo desta morte?
Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo,
com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do
pecado”.
Essa confissão foi feita pelo
homem que foi convertido ao Senhor de maneira assombrosa, ouvindo do próprio Jesus
que ele era seu perseguidor! O mesmo que pregou dentro das sinagogas e que
disse para que fôssemos seus imitadores como ele era de Cristo (1 Coríntios
11.1). O mesmo que foi preso, açoitado, perseguido por amor do nome daquele que
está acima de todo nome, Cristo. Aquele que abriu mão de coisas legítimas, como
o casamento, para pregar o evangelho da salvação. Aquele que, tendo direito a
um salário para ser pregador da palavra, confeccionava tendas para manter seu
sustento. Aquele que nos deixou lições sobre como devemos agir em relação a
assuntos como casamento, relacionamento, desenvolvimento da santidade, culto,
salvação, e mais uma série de outros assuntos que nos guiam ao longo da
caminhada cristã. Paulo! O apóstolo Paulo!
Você consegue compreender o que
ele acaba de dizer nessa passagem?
Nossa mente precisa ser cativa da
Palavra e nosso coração precisa temer e amar ao Senhor tão absolutamente que
seja inconcebível para cada um de nós o se quer pensar em alguma atitude nossa
que entristeça o Espírito do Senhor.
Dessa forma, podemos falar clara
e abertamente sobre algumas situações que nos colocam em risco quanto a seguir
com essa determinação de agradar a Deus. Vamos pensar sobre algumas delas:
- Jugo Desigual :
Em
sua carta aos coríntios, Paulo disse que os crentes não deveriam se colocar em
jugo desigual com os incrédulos porque não pode haver nenhum tipo de sociedade
entre esses dois lados (2 Coríntios 6.14-16).
O namoro não é método de
evangelismo!
Podemos, então, deduzir que
devemos escolher para estarem ao nosso lado pessoas que nos aproximam de Deus,
ou seja, crentes comprometidos com o Senhor, sua obra e sua palavra, que
estejam interessados em cumprir com o objetivo principal do homem: adorar a
Deus e gozá-lo para sempre (Pergunta nº 1 do Breve Catecismo de Westminster).
- Relacionamentos que começam
sem nenhum objetivo
Você já orou com seu namorado
pelo seu casamento?
Ainda é muito cedo para falar em
casamento?! Então, irmã, tem alguma coisa definitivamente errada!
A versão para namoro mais
propagada e conhecida no meio cristão é a de que o namoro é a preparação para o
casamento. No entanto, os casais se formam sem nem mesmo cogitar alguma coisa
desse tipo. As desculpas são as mais diversas: sou muito novo (então, pra quê
namorar?!); preciso terminar a faculdade (então, pra quê namorar?!); preciso
arrumar um bom emprego (então, pra quê namorar?!); preciso ver o Brasil ser
decacampeão da Copa do mundo (então, pra quê namorar?!).
Qual é o meu ponto?
Se o objetivo do seu namoro não
for casar o mais rápido possível, então, pra quê namorar?!
O problema todo dos namoros de
hoje em dia é que eles existem para que seja legítimo beijar na boca. Você pode
estar achando radical, mas, se não é para pensar em casamento, para que serve o
namoro?
Aqui é aquela hora em que você me
apresenta a resposta mais clichê de todas: para conhecimento mútuo.
E eu pergunto: que parte do
caráter do seu namorado você conhece quando está com a boca colada na dele e
tão apertados no abraço que mal dá pra saber onde começa um e onde termina o
outro? Outra pergunta: que parte da espiritualidade de seu namorado você
conhece quando está com a língua dentro da boca dele? Só mais uma pergunta:
como você mede a santidade e a busca por ela na vida do seu namorado quando
está tendo uma discussão com ele sobre como sua mãe se mete demais na vida de
vocês?
Antes que você pense naquela
famosa dicotomia entre vida cristã e vida secular, quero dizer que isso
não existe!
“E tudo o que fizerdes, seja
em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças
a Deus Pai” (Colossenses 3.17).
“Portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1
Coríntios 10.31).
Você é cristã! Não importa onde,
quando, com quem e em qual atividade, você deve ser cristã e agir como uma em
todos os momentos de sua vida. Então, não, não existe uma brecha em que se
agarrar para dizer que pode dar uma suavizada em relação ao namoro.
Está namorando e sabe que ele não
é o rapaz com quem você irá se casar? Termine isso, querida, para a glória de
Deus.
Está namorando, mas não existe a
mínima possibilidade de que haja um casamento em breve, termine isso, para a
glória de Deus, antes que você caia em pecado.
- Relacionamentos onde existe
contato físico
Como tantas outras coisas
inseridas em nossa cultura, o contato físico no namoro (beijo de língua,
carícias, etc) é uma das sutilezas do diabo para fazer com que nossos jovens
caiam em pecado.
Eu sei que pode parecer radical,
mas tenho meus argumentos e gostaria de colocá-los antes de ser sentenciada e
condenada como uma radical fundamentalista extrema.
O contato físico é uma das
maiores fontes de queda para o jovem cristão solteiro (não casado).
A jovem se expõe à fornicação, à
impureza sexual e ao adultério quando acha que pode controlar seus hormônios
enlouquecidos durante um beijo de despedida, dentro do carro (ou onde quer que
seja), estando a sós com o namorado.
Queridas, nossos hormônios não
são crentes! Eles dão informações para o cérebro, que é um “Maria vai com as
outras”, de que está tudo bem “só mais um pouquinho”, de que vai ser bom, de
que você merece e precisa disso.
Então, o simples beijo fica mais
intenso e, como não poderia ser diferente, o abraço se torna mais apertado e,
como nosso corpo é feito em 3D, sentimos as reações (inclusive corporais) do
outro.
Agora, honesta e sinceramente,
como esse tipo de ação/reação pode nos levar para mais perto do Senhor Deus?!
Quando as moças se deixam
envolver num relacionamento com esse tipo de contato físico, elas agem como
essas pessoas que são viciadas em adrenalina e andam sobre cordas bambas,
escalam prédios no meio das cidades, pulam de penhascos, etc. Quão insano é
isso? Quão inseguro pode ser isso?
Fomos feitas à imagem e
semelhança de Deus para guardarmos nosso corpo, mente e coração puros para que
o glorifiquemos com tudo o que temos em todas as áreas de nossa vida. O contato
físico no namoro não contribui para isso de maneira nenhuma. Pelo contrário,
moças cristãs têm colocado suas cabeças cheias de remorso nos travesseiros à
noite, antes de dormir, simplesmente porque acharam que conseguiriam se segurar
depois de beijar e abraçar o namorado e, mais uma vez, não conseguiram.
Relembrei apenas 03 (três) dos
pontos levantados por Ligian¹, e sinceramente, são suficientes para chegar a
conclusão de que o modelo de namoro de hoje, está totalmente corrompido e por
esse motivo tanto sofrimento e decepção. E mais uma vez... INFELIZMENTE.
MUDANDO NOSSA MENTE E CORAÇÃO
O modelo de namoro adotado no
mundo foi facilmente aceito dentro de nossas igrejas, em nossas casas, e tem
trazido consequências tristes e sérias para a vida cristã de muitos jovens.
Acho que isso ficou bem claro.
Ser cristão é remar contra a maré
em todas as áreas da vida. Quando os incrédulos sonegam, o cristão declara
todos os seus ganhos e bens, sabendo que isso é feito diante de Deus; quando um
incrédulo pirateia filmes, programas, CDs, etc, o cristão paga o preço de ser
honesto e dar o crédito a quem é devido; quando o incrédulo trapaceia para
conseguir nota, presença, notoriedade, o cristão se esforça o dobro para estar
com consciência pura diante daquele que conhece inclusive nossos pensamentos.
Remar contra a maré é ainda ter a certeza de ser motivo de riso para o mundo. O
mundo nunca vai aprovar nosso proceder correto porque este denuncia o quão
errado eles estão, portanto, isso não deve nos intimidar ou desanimar.
Moças cristãs, pensem e orem,
colocando tudo diante de Deus da maneira mais honesta possível, para que a
palavra de Deus e sua vontade prevaleçam sobre todos os nossos pensamentos e
vontades e isso, sempre, para a glória daquele que quer que sejamos puros, o
Senhor Jesus:
- O namoro deve ser um período de conhecimento mútuo
em relação aos pensamentos, convicções cristãs, planos e objetivos futuros
um do outro;
- Ao longo dos anos, a beleza acaba e muitas outras
coisas tão valorizadas nos relacionamentos atuais, também, mas a amizade,
não. Seu namorado deve ser o seu melhor amigo;
- Existe um ditado que diz que “os opostos se
atraem”, no entanto, em relação à vida cristã, apenas um moço compatível
com sua fé é adequado para um relacionamento;
- Todo namoro deve começar com um objetivo: o
casamento;
- O contato físico no namoro não contribui para nada
e ainda faz com que você esteja mais suscetível ao pecado;
- Nós somos pecadoras e, portanto, apesar de muito
esforço, podemos pecar nas áreas que menos imaginamos;
- Um relacionamento só deve começar quando ambos têm
idade e maturidade suficiente para pensar num futuro juntos, sob a graça
de Deus, para o casamento, como ele mesmo planejou;
- A aprovação dos pais é extremamente importante,
visto que são as pessoas que mais se preocupam com nosso bem estar;
- O relacionamento de seu namorado com a sua família
diz muito sobre a maneira como ele irá tratar você num casamento;
- Se um rapaz não trata seus próprios irmãos e pais
com respeito e amor, dificilmente ele amará sua esposa como Cristo amou a
igreja;
- Compare todas as suas decisões com a palavra de
Deus e esteja certa de sua aprovação através do crivo daquela que deve ser
nossa regra de fé e prática: a Bíblia.
Guarde seu coração e corpo para
desfrutar plenamente de tudo o que o próprio Deus planejou de forma tão
perfeita para a sua alegria e para que o nome dele seja glorificado através do
seu namoro e, então, de seu casamento. Ore, peça ao Senhor que te dê força e
determinação para permanecer firme contra as investidas do mundo nessa área de
sua vida e, finalmente, esteja certa de que, quando não se conforma (toma
forma) com este século (o mundo), você pode experimentar a “boa, agradável e
perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2)
Espero que esse texto tenha
edificado sua vida assim como a minha. Desejo de todo meu coração que você
cresça no conhecimento de Deus e guarde seus preceitos.
Kércia Lima.
Ligian
Oliveira¹, esposa
do Rev. Charles, pastor da Sexta Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte.