terça-feira, 19 de novembro de 2013

PRA QUE NAMORAR ENTÃO?

Recordo de já ter abordado diversos assuntos a respeito da nossa fase de solteiros (páginas até de um futuro livro que eu pretendo publicar, se assim o Senhor me permitir), da graciosidade que há em esperar ,“se preparando”, aquele (a) a quem auxiliaremos no decorrer dos dias aqui na terra, da preciosidade que é ser uma mulher virtuosa, do amor em sua forma mais sublime, da confiança. Contudo, nessa oportunidade, venho me posicionar, claro, baseado nos Escritos Sagrados, a respeito de algo que poucos ousam exortar. Frisei vários pontos do artigo da escritora Ligian Oliveira.

Sim, mas digo com convicção, poucos ousam exortar. Infelizmente!

NAMORO.


Não estou querendo dizer que sou contra o namoro, de forma alguma, acredito que é uma fase importante para conhecermos aquele a quem o Senhor nos agraciou a amarmos e cuidarmos. Falo do namoro praticado nos dias atuais, que, não só não é bíblico, como pode resultar em vários futuros problemas, como por exemplo, egoísmo, quebra do quinto mandamento, e até idolatria.

Infelizmente, os namoros cristão não tem diferido muito dos namoros de não cristãos. Relacionamentos frequentemente começam e terminam sem que essas decisões passem pelo filtro da vida cristã que deve ser vivida com o propósito único de exaltar a glória do Deus que quer que vivamos segundos seus preceitos. Não existem questionamentos  um do outro a respeito da vida de intimidade com Deus, a cerca de sua família, amigos, igreja, trabalho (se é que ele trabalha, já que os namoros tem começado antes mesmo de uns jovens conseguirem um emprego).

A inconsequência tem sido uma marca dos inícios, que acontecem baseados em critérios superficiais e que não dizem nada a respeito de como o “futuro conjuge” é como servo do Deus que requer de nós santidade, pureza, sinceridade, amor ao próximo, fidelidade, verdade, amor pela sua Palavra e outra série de características que devem distinguir-nos do mundo.

Os filmes e livros dos dias atuais têm feito um desserviço para o mundo atual. Desde os contos de fadas que ouvimos e lemos quando éramos crianças , quando a gata borralheira encontra o príncipe – que ela nunca tinha visto anteriormente, muito rico, lindo de doer, filhinho de papai e que só aparece na história nos momentos finais –, que irá olhá-la e, tchan ran!, apaixonar-se perdidamente e pedi-la em casamento, no qual os dois serão felizes para sempre! Isso sem mencionar a tendência moderna de legitimar relacionamentos absurdamente problemáticos como sendo padrão de amor, já que tudo é justificado por este: violência, possessividade, egoísmo, falta de respeito, dureza no falar, desrespeito aos pais, controle, contato íntimo, etc.

Chegamos àquele momento em que você pode pensar que no seu namoro não existe nada disso.
Vejamos:

  • Você e seu namorado se respeitam, não há nenhum tipo de violência física ou verbal (a não ser aqueles “pequenos desentendimentos” em que gritaram um com o outro por causa do “calor do momento”);
  • Não existe possessividade (você apenas “prefere” fazer absolutamente tudo o que o ele quer e da maneira que ele quer para evitar estresse desnecessário e, lógico, quer que ele faça o que você quer, afinal, deve ser recíproco);
  • Nunca teve problema com desrespeito aos seus pais por causa dele (sua mãe não tinha nenhum pouco de razão em todas aquelas vezes em que discutiram por causa do seu namoro ou algo relacionado a ele);
  • Quanto ao controle, não vê nada de mal nisso, já que estão juntos e devem saber e dizer tudo um para o outro, inclusive onde, com quem e por que foi em algum lugar e, além disso, por qual razão você não atendeu o celular noexato momento em que ele ligou e o que estava fazendo de tão importante (sim, porque o namorado deve ser a pessoa mais importante) que não pode atendê-lo;
  • Por fim, no seu namoro não existe contato íntimo. Você não faz nada demais, apenas abraça e beija seu namorado (de língua, inclusive), como todos os outros fazem (inclusive, a respiração e o ritmo cardíaco alterados nada têm a ver com os seus hormônios – que pedem mais -, são simplesmente sinal do amor que existe entre os dois), porque sua santidade não permitirá que você peque (sim, porque, enquanto você beija, pensa em como Deus não quer que você ultrapasse os limites).

Releiam o parágrafo anterior. Algum alarme soou? Se sim, esse é um momento excelente para reavaliar seu ponto de vista sobre o assunto. Se não, peço que leia o artigo até o final mesmo assim.
Os cristãos estão caindo numa armadilha terrível: a de achar que sempre terão controle; Achar que conseguirão dizer não quando as coisas se tornarem mais intensas; Achar que são diferentes de todos os cristãos que ouvimos falar e até conhecemos que acabaram tendo que administrar uma gravidez indesejada(que tristeza dizer essas duas palavras na mesma frase!); Achar que sua espiritualidade é suficiente para converter o coração de um namorado incrédulo; Achar que sua santidade é suficiente para reprimir os desejos sexuais também do outro; Achar que um relacionamento pode se desenvolver de maneira saudável com falta de respeito mútuo, isolamento, controle e afastamento da família.

Quanta ilusão!

O apóstolo Paulo disse o seguinte em Romanos 7.18-25:

“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer fazer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está em meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará o corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado”.

Essa confissão foi feita pelo homem que foi convertido ao Senhor de maneira assombrosa, ouvindo do próprio Jesus que ele era seu perseguidor! O mesmo que pregou dentro das sinagogas e que disse para que fôssemos seus imitadores como ele era de Cristo (1 Coríntios 11.1). O mesmo que foi preso, açoitado, perseguido por amor do nome daquele que está acima de todo nome, Cristo. Aquele que abriu mão de coisas legítimas, como o casamento, para pregar o evangelho da salvação. Aquele que, tendo direito a um salário para ser pregador da palavra, confeccionava tendas para manter seu sustento. Aquele que nos deixou lições sobre como devemos agir em relação a assuntos como casamento, relacionamento, desenvolvimento da santidade, culto, salvação, e mais uma série de outros assuntos que nos guiam ao longo da caminhada cristã. Paulo! O apóstolo Paulo!

Você consegue compreender o que ele acaba de dizer nessa passagem?

Nossa mente precisa ser cativa da Palavra e nosso coração precisa temer e amar ao Senhor tão absolutamente que seja inconcebível para cada um de nós o se quer pensar em alguma atitude nossa que entristeça o Espírito do Senhor.
Dessa forma, podemos falar clara e abertamente sobre algumas situações que nos colocam em risco quanto a seguir com essa determinação de agradar a Deus. Vamos pensar sobre algumas delas:

- Jugo Desigual :

Em sua carta aos coríntios, Paulo disse que os crentes não deveriam se colocar em jugo desigual com os incrédulos porque não pode haver nenhum tipo de sociedade entre esses dois lados (2 Coríntios 6.14-16).
O namoro não é método de evangelismo!
Podemos, então, deduzir que devemos escolher para estarem ao nosso lado pessoas que nos aproximam de Deus, ou seja, crentes comprometidos com o Senhor, sua obra e sua palavra, que estejam interessados em cumprir com o objetivo principal do homem: adorar a Deus e gozá-lo para sempre (Pergunta nº 1 do Breve Catecismo de Westminster).

- Relacionamentos que começam sem nenhum objetivo

Você já orou com seu namorado pelo seu casamento?

Ainda é muito cedo para falar em casamento?! Então, irmã, tem alguma coisa definitivamente errada!
A versão para namoro mais propagada e conhecida no meio cristão é a de que o namoro é a preparação para o casamento. No entanto, os casais se formam sem nem mesmo cogitar alguma coisa desse tipo. As desculpas são as mais diversas: sou muito novo (então, pra quê namorar?!); preciso terminar a faculdade (então, pra quê namorar?!); preciso arrumar um bom emprego (então, pra quê namorar?!); preciso ver o Brasil ser decacampeão da Copa do mundo (então, pra quê namorar?!).
Qual é o meu ponto?
Se o objetivo do seu namoro não for casar o mais rápido possível, então, pra quê namorar?!
O problema todo dos namoros de hoje em dia é que eles existem para que seja legítimo beijar na boca. Você pode estar achando radical, mas, se não é para pensar em casamento, para que serve o namoro?
Aqui é aquela hora em que você me apresenta a resposta mais clichê de todas: para conhecimento mútuo.
E eu pergunto: que parte do caráter do seu namorado você conhece quando está com a boca colada na dele e tão apertados no abraço que mal dá pra saber onde começa um e onde termina o outro? Outra pergunta: que parte da espiritualidade de seu namorado você conhece quando está com a língua dentro da boca dele? Só mais uma pergunta: como você mede a santidade e a busca por ela na vida do seu namorado quando está tendo uma discussão com ele sobre como sua mãe se mete demais na vida de vocês?
Antes que você pense naquela famosa dicotomia entre vida cristã e vida secular, quero dizer que isso não existe!

“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3.17).
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10.31).

Você é cristã! Não importa onde, quando, com quem e em qual atividade, você deve ser cristã e agir como uma em todos os momentos de sua vida. Então, não, não existe uma brecha em que se agarrar para dizer que pode dar uma suavizada em relação ao namoro.
Está namorando e sabe que ele não é o rapaz com quem você irá se casar? Termine isso, querida, para a glória de Deus.
Está namorando, mas não existe a mínima possibilidade de que haja um casamento em breve, termine isso, para a glória de Deus, antes que você caia em pecado.

- Relacionamentos onde existe contato físico

Como tantas outras coisas inseridas em nossa cultura, o contato físico no namoro (beijo de língua, carícias, etc) é uma das sutilezas do diabo para fazer com que nossos jovens caiam em pecado.
Eu sei que pode parecer radical, mas tenho meus argumentos e gostaria de colocá-los antes de ser sentenciada e condenada como uma radical fundamentalista extrema.
O contato físico é uma das maiores fontes de queda para o jovem cristão solteiro (não casado).
A jovem se expõe à fornicação, à impureza sexual e ao adultério quando acha que pode controlar seus hormônios enlouquecidos durante um beijo de despedida, dentro do carro (ou onde quer que seja), estando a sós com o namorado.
Queridas, nossos hormônios não são crentes! Eles dão informações para o cérebro, que é um “Maria vai com as outras”, de que está tudo bem “só mais um pouquinho”, de que vai ser bom, de que você merece e precisa disso.
Então, o simples beijo fica mais intenso e, como não poderia ser diferente, o abraço se torna mais apertado e, como nosso corpo é feito em 3D, sentimos as reações (inclusive corporais) do outro.
Agora, honesta e sinceramente, como esse tipo de ação/reação pode nos levar para mais perto do Senhor Deus?!
Quando as moças se deixam envolver num relacionamento com esse tipo de contato físico, elas agem como essas pessoas que são viciadas em adrenalina e andam sobre cordas bambas, escalam prédios no meio das cidades, pulam de penhascos, etc. Quão insano é isso? Quão inseguro pode ser isso?

Fomos feitas à imagem e semelhança de Deus para guardarmos nosso corpo, mente e coração puros para que o glorifiquemos com tudo o que temos em todas as áreas de nossa vida. O contato físico no namoro não contribui para isso de maneira nenhuma. Pelo contrário, moças cristãs têm colocado suas cabeças cheias de remorso nos travesseiros à noite, antes de dormir, simplesmente porque acharam que conseguiriam se segurar depois de beijar e abraçar o namorado e, mais uma vez, não conseguiram.

Relembrei apenas 03 (três) dos pontos levantados por Ligian¹, e sinceramente, são suficientes para chegar a conclusão de que o modelo de namoro de hoje, está totalmente corrompido e por esse motivo tanto sofrimento e decepção. E mais uma vez... INFELIZMENTE.

MUDANDO NOSSA MENTE E CORAÇÃO

O modelo de namoro adotado no mundo foi facilmente aceito dentro de nossas igrejas, em nossas casas, e tem trazido consequências tristes e sérias para a vida cristã de muitos jovens.
Acho que isso ficou bem claro.
Ser cristão é remar contra a maré em todas as áreas da vida. Quando os incrédulos sonegam, o cristão declara todos os seus ganhos e bens, sabendo que isso é feito diante de Deus; quando um incrédulo pirateia filmes, programas, CDs, etc, o cristão paga o preço de ser honesto e dar o crédito a quem é devido; quando o incrédulo trapaceia para conseguir nota, presença, notoriedade, o cristão se esforça o dobro para estar com consciência pura diante daquele que conhece inclusive nossos pensamentos. Remar contra a maré é ainda ter a certeza de ser motivo de riso para o mundo. O mundo nunca vai aprovar nosso proceder correto porque este denuncia o quão errado eles estão, portanto, isso não deve nos intimidar ou desanimar.
Moças cristãs, pensem e orem, colocando tudo diante de Deus da maneira mais honesta possível, para que a palavra de Deus e sua vontade prevaleçam sobre todos os nossos pensamentos e vontades e isso, sempre, para a glória daquele que quer que sejamos puros, o Senhor Jesus:

  • O namoro deve ser um período de conhecimento mútuo em relação aos pensamentos, convicções cristãs, planos e objetivos futuros um do outro;
  • Ao longo dos anos, a beleza acaba e muitas outras coisas tão valorizadas nos relacionamentos atuais, também, mas a amizade, não. Seu namorado deve ser o seu melhor amigo;
  • Existe um ditado que diz que “os opostos se atraem”, no entanto, em relação à vida cristã, apenas um moço compatível com sua fé é adequado para um relacionamento;
  • Todo namoro deve começar com um objetivo: o casamento;
  • O contato físico no namoro não contribui para nada e ainda faz com que você esteja mais suscetível ao pecado;
  • Nós somos pecadoras e, portanto, apesar de muito esforço, podemos pecar nas áreas que menos imaginamos;
  • Um relacionamento só deve começar quando ambos têm idade e maturidade suficiente para pensar num futuro juntos, sob a graça de Deus, para o casamento, como ele mesmo planejou;
  • A aprovação dos pais é extremamente importante, visto que são as pessoas que mais se preocupam com nosso bem estar;
  • O relacionamento de seu namorado com a sua família diz muito sobre a maneira como ele irá tratar você num casamento;
  • Se um rapaz não trata seus próprios irmãos e pais com respeito e amor, dificilmente ele amará sua esposa como Cristo amou a igreja;
  • Compare todas as suas decisões com a palavra de Deus e esteja certa de sua aprovação através do crivo daquela que deve ser nossa regra de fé e prática: a Bíblia.
Guarde seu coração e corpo para desfrutar plenamente de tudo o que o próprio Deus planejou de forma tão perfeita para a sua alegria e para que o nome dele seja glorificado através do seu namoro e, então, de seu casamento. Ore, peça ao Senhor que te dê força e determinação para permanecer firme contra as investidas do mundo nessa área de sua vida e, finalmente, esteja certa de que, quando não se conforma (toma forma) com este século (o mundo), você pode experimentar a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2)

Espero que esse texto tenha edificado sua vida assim como a minha. Desejo de todo meu coração que você cresça no conhecimento de Deus e guarde seus preceitos.

Kércia Lima.



        Ligian Oliveira¹, esposa do Rev. Charles, pastor da Sexta Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte.


Um comentário:

  1. Bem, eu já vi centenas de pessoas que ficaram sentadinhas nos bancos da igreja esperando o tal do “Isaque” aparecer; e continuam lá, no banquinho, assentadas até hoje. E o que é pior: muitas ficam com raiva de Deus, amarguradas, se sentindo logradas. Milagres acontecem, mas o normal na vida é viver. Portanto, viva, conheça, discirna.

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